Roberto Corrêa e os mitos da Viola


O mato-grossense Roberto Corrêa é brasiliense de coração. Chegou ao FestiArte para apresentar seu novo disco e emocionou a plateia com o som de sua viola.

A relação entre Roberto Corrêa e a viola começou na capital, em 1977, enquanto cursava Física na Universidade de Brasília (UnB). Em sua primeira incursão pela música, o então jovem músico montou entre amigos, um grupo de música regional, no qual ele tocava violão. Roberto conta, porém, que quando conheceu a o instrumento que hoje é seu ofício, se apaixonou e não pode mais deixá-lo.

A vida de músico não o impediu de concluir a formação em física, mas também não permitiu que seguisse a profissão. A viola era o que dava sentido à sua vida, e desse encantamento surgiu a necessidade de aprofundar seus conhecimentos a respeito do instrumento. A descoberta foi cada dia mais surpreendente. Mesmo na física, Roberto já frequentava disciplinas do curso de Música na Universidade, o que lhe deu a segunda formação.

Roberto Corrêa mergulhou na pesquisa da viola, e não podia deixar de estudar todos os mitos que envolvem o instrumento. Quando perguntado se estava em seus objetivos desmistificar algumas das tradições, ele é categórico ao afirmar que essa nunca foi a sua intenção. “Eu não quis desmistificar. Eu entendo que este é um imaginário muito rico e que faz parte do universo da viola. Eu mesmo tenho um chocalho de cascavel dentro da minha”, afirma.

O músico conta que algumas tradições são importantes e que ele faz questão de cumprir. Diz também que nunca teve a pretensão de descobrir a lógica por detrás dos mitos, pois estes são parte de algo muito maior. “Tem muitas coisas desse universo que não têm explicação e que mesmo sem conseguir explicar eu vou levando”, diz.

Quando perguntado se segue outras tradições, Roberto conta que mantém a sabedoria que envolve o contato com o instrumento. “Os violeiros dizem que o instrumento ensina e você tem que perceber isso. Eu cuido para preservar isso”, afirmou Roberto, enquanto se preparava para o show, com a viola em mãos.

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