Lucas Formiga/FestiArte |
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O espetáculo é parte da Trilogia Carioca. Com 10 atores em cena e direção de Emerson Danesi, que faz parte do CPT há 16 anos, a peça é um musical dramático. Contempla vários dos sucessos do compositor homenageado, como “O seu cabelo não nega”, “Cantores do Rádio”, “Serra da boa esperança”, entre outras. Emerson descreve o espetáculo como uma reverência ao músico. “"Lamartine Babo" é uma homenagem a esse incrível compositor e Antunes resolveu escrever o texto inspirando-se em Pirandello (dramaturgo italiano), com personagens em busca de um autor”, afirma.
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Com atuações bastante leves, “Lamartine Babo” reforça a ideia do grupo de valorizar traços culturais brasileiros, como em Macunaíma e Policarpo Quaresma. Para Emerson, Babo é “re-valorizado” internamente no espetáculo. “O Antunes usou essa estrutura de pessoas estranhas que se encontram para cantar o repertório do Lamartine Babo em um local de ensaio. Eles recebem a visita de um senhor e sua sobrinha, bem misteriosos. Dentro dos diálogos, revelam dados e curiosidades da vida e da obra do compositor.”
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O CPT utiliza métodos de trabalho específicos para suas montagens: a preparação de elenco tem fins formativos e as montagens são baseadas em pesquisas intensas em várias áreas de conhecimento. A rotina de trabalho intensa garantiu prestígio internacional a Antunes Filho. Desde a apresentação de Macunaíma, em 1978, o teatro de Antunes foi reconhecido em todo o mundo. O clássico, adaptação do texto de Mário de Andrade, foi responsável por abrir novas perspectivas à narrativa dramática no Brasil.
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A montagem de “Lamartine Babo” reconduz ao imaginário popular uma figura excepcional, em texto que brinca com vaidades e crenças. As leves pitadas de humor, somadas ao talento e à impecável afinação do elenco são ingredientes suficientes para contagiar a todos que assistem.
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