Eumir Deodato e o Brasil que o mundo vê



No último sábado, 28 de janeiro, o FestiArte recebeu, na sala Villa-Lobos do Teatro Nacional, o músico brasileiro Eumir Deodato. Para quem acha que não conhece esse nome, deve saber que é um dos mais aclamados arranjadores brasileiros no mundo. Basta ouvir algumas versões originais de músicas dos grandes Festivais da Canção da década de 1960, entrar em contato com um disco de Frank Sinatra e Björk ou ouvir a trilha sonora do clássico filme 2001 - Uma Odisséia no Espaço, de Stanley Kubrick, para se reconhecer Eumir.

Lucas Formiga/FestiArte
O músico vive nos Estados Unidos há alguns anos e tem vindo mais ao Brasil, em um processo de reencontro com as origens artísticas. Eumir tem se interessado cada vez mais pelo público de seu país de origem. “Nos EUA, as pessoas perderam o interesse para festivais como esse, que acontece agora em Brasília. Os poucos que ainda restam são de cunho muito tradicional e tudo ficou polarizado; não há tanto espaço para as misturas”, afirma.

Junto a um contrabaixista e um baterista, Eumir Deodato apresentou grande parte de suas composições de sucesso, aliadas a alguns clássicos da bossa-nova e dos afro-sambas. Como o próprio arranjador ressalta, “mesmo que saia desse país por muito tempo, tudo o que eu faço tem sabor brasileiro; e isso eu nunca perdi”.

Entre as boas histórias, com personagens fundamentais para a cultura pop e/ou contestadora de todo o século XX, Deodato demonstra muita simpatia. No camarim, uma fila aguardava o músico para tirar uma foto ou bater um papo após o show. Brasília queria conhecer o arranjador que desperta interesse em todo o mundo, que inclui o universo musical brasileiro nas experiências instrumentais contemporâneas.

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