![]() |
Foto: Rita Vicente |
Foi um show memorável. Ao som de “Conto
de Areia”, Renata Jambeiro arrancou aplausos entusiasmados da platéia. Quando
Vanessa da Mata entrou no palco, cantando “Vermelho”, e rodou sua saia, ninguém
mais permaneceu sentado no Centro de Convenções Ulysses Guimarães. Depois de
dominarem o palco contagiarem a platéia, as cantoras ainda tiveram um encontro
com a imprensa, nos camarins.
Ao invés de um debate
estritamente musical, a coletiva de imprensa teve caráter bastante político. As
cantoras foram perguntadas e mantiveram posicionamentos fortes em relação a
grandes polêmicas do cenário político e social. As leis protecionistas do SOPA,
o novo código florestal e a lei da Ficha Limpa estiveram em pauta.
Vanessa da Mata declarou achar
importante que iniciativas como o FestiArte promovessem encontros, e dessem
oportunidades a novos talentos. Com o bom-humor característico, afirmou que
sempre participa de realizações desse tipo. “Eu costumo participar sempre. Quando
me chamam, eu vou”, comenta, rindo.
O assunto em destaque, porém, foi
o questionamento sobre novas leis de proteção de conteúdo autoral norte-americanas,
como o SOPA. Renata Jambeiro lembrou que a geração atual faz parte de um
processo de transição, pois em sua infância ainda não se tinha acesso à
internet.
A sambista avalia as mídias
sociais como um veículo importante para divulgação, já que seu trabalho é
independente. Mas também vê problemas na questão dos direitos autorais na rede.
“Existe uma dificuldade grande para o dinheiro chegar à mão do compositor”,
afirma. Para a cantora, a internet não é um vilão, pois cada um a utiliza da
maneira que acha correta, o que a faz adquirir caráter benéfico ou não.
Vanessa da Mata, por sua vez, aproveitando a
deixa da temática, demonstrou sua preocupação com o novo Código Florestal
brasileiro. As cantoras comentaram também a falta de atenção da população com
esses assuntos, e com coisas cotidianas como o zelo pelo meio ambiente, ou a votação
da Lei da Ficha Limpa. Vanessa finaliza ao comentar o risco de permanecer na
passividade, ao aceitar, sem reagir, a tudo que acontece de errado e deixa um
recado à imprensa: “É o papel de vocês dar publicidade a estes temas.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário